Um espírito de graça e de oração

12° DOMINGO DO TEMPO COMUM 19 DE JUNHO DE 2022

Deus prometeu “derramar” sobre nós “um espírito de graça e de oração” (Zc 12,10). Graça e oração são um presente de Deus! Mesmo que alguém se esforçasse muito, não conseguiria alcançar a amizade com o Senhor nem falar com Ele, se isso não fosse concedido do céu. Afinal, quem nos une a Deus e capacita a orar é o Espírito Santo!

Essa profecia se cumpriu em Pentecostes. Desde então, o Batismo e a Confissão dão-nos o perdão dos pecados e a graça santificante. A Eucaristia – se recebida com as devidas disposições – faz crescer a graça do Batismo e a união com Deus. A recepção dos sacramentos nos dá uma “injeção de fé”! E, sem fé, é impossível agradar ao Senhor (cf. Hb 11,6). Afinal, é o dom da fé que nos leva a reconhecer Jesus, a compreender melhor as suas palavras, os seus preceitos e a sua vontade. Foi a fé que permitiu a Pedro dizer: “Tu és o Cristo de Deus” (Lc 9,20)!

Além da capacidade de crer, é o Espírito Santo quem nos dá a capacidade de rezar. São Paulo diz: “Não sabemos como rezar, mas o Espírito intercede por nós com gemidos inexprimíveis” (Rm 8,26). Sem o Espírito Santo, não há oração! O Senhor indica a consequência da presença do Seu Espírito no coração dos homens: “Eles olharão para mim” (Zc 12,10). Ter espírito de oração é isto: viver com os olhos postos no Senhor, suplicando, agradecendo e adorando sempre. Então, todos os acontecimentos, todas as pessoas, todas as circunstâncias da vida, nos levam a pensar em Deus.

Peçamos a Ele um verdadeiro espírito de oração, gosto pela oração! É um presente que Ele quer muito nos dar! Afinal, a oração não é um hobby ou privilégio para poucos, ela é uma necessidade! Sem oração, seremos “engolidos” pelas necessidades imediatas, pelas preocupações, pela tristeza, pela superficialidade, pelas ideias mundanas, pelos maus pensamentos, desejos e inclinações. A oração permite-nos ver o mundo com o olhar do Senhor: com fé, coragem, gratidão, otimismo e alegria… Mesmo que as circunstâncias sejam muito adversas.

Se não oramos, não olhamos para o Senhor! Tendemos a ignorá-lo, a viver com indiferença, desesperança, rancor, aflição, pessimismo, buscando apenas prazer. Sem oração, vivemos, na prática, como se Deus não existisse! Essa é a triste condição daqueles que não possuem o Espírito. A oração, porém, é um dom ao alcance de todos! O Senhor disse: “Encontra tua delícia no Senhor e Ele dará o que o teu coração pede” (Sl 36,4). Peçamos a capacidade de encontrar prazer na oração!

Deus prometeu que, com o Espírito de graça e oração, os fiéis “olharão para Mim. Ao que eles feriram de morte, hão de chorá-lo” (Zc 12,10). A Tradição da Igreja viu nisso uma profecia sobre Cristo ferido de morte na cruz. Pois bem, a oração permite-nos olhar com serenidade para a cruz do Senhor e também para a nossa própria. Pois, sem oração, é impossível seguir Aquele que disse: “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz a cada dia e siga-me” (Lc 9,23).

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